Por ter uma voz

Uma voz que seja ouvida, uma voz que seja reconhecida e respeitada. Uma voz que fale aquilo que as pessoas precisam ouvir ou apenas mais uma voz na multidão.

Talvez as chances de falar e ser escutado por mais de uma pessoa sejam mínimas, mas existe um grande desejo em alguns de nós de poder se expressar, de se fazer ouvir, de fazer a diferença!

Fazer a diferença nos dias de hoje não é fácil. Vivemos num mundo onde as coisas que são apreciadas são modinhas vazias e passageiras, onde aqueles que lançam essas modinhas não são gênios, são apenas vitimas daqueles que buscam por encher um vazio que, mas poderíamos mesmo nos encher de algo tão oco? E quanto a estes compositores e pensadores vazios, podemos dizer que eles possuem uma voz?! Creio eu que são como fantoches da industria apelativa, porque me recuso a crer que uma voz interior grita algumas rimas e um refrão que cola rápido; me recuso a crer que uma voz que vem de um interior grite por bebidas ou pela ditadura da magreza excessiva.

Ter uma voz vai além do que ser reconhecido, aplaudido e admirado. Ter uma voz implica em ir contra tudo aquilo que as pessoas nesses mundo cada vez mais redondo e vazio pregam. Tem haver com se expor, com olhar além de um horizonte que parece terminar numa distancia que dura apenas uma noite. Tem haver com não se contentar com os jugos, com as ofensas, com os protocolos e com aqueles que parecem ser maiores que a nossa própria voz. A nossa voz precisa ser um grito verdadeiro, um grito diferente, um grito que mesmo que não seja ouvido seja como uma bandeira, uma bandeira levantada por aquilo que realmente vale a pena lutar.

Fica aqui a voz de quem luta todos os dias por ter uma voz. Não por fazer parte de um coral, mas apenas uma voz que seja singular...